Enquanto a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, faz discursos sobre compromisso e políticas públicas, mães atípicas seguem na luta diária por direitos básicos que já deveriam estar garantidos. O cenário repetiu-se mais uma vez quando um grupo de 15 mães tentou protestar na abertura do ano legislativo na Câmara de Vereadores. A recepção? Foram impedidas de entrar com faixas e cartazes, como se suas dores e reivindicações pudessem ser silenciadas por um simples veto.
Essas mães já estiveram na Assembleia Legislativa na semana passada com seus protestos, mas a falta de respostas da prefeitura persiste. O motivo da indignação? A prefeitura descumpre decisões judiciais e não entrega itens básicos para seus filhos. E quando entrega, as fraldas, por exemplo, não são específicas para crianças atípicas, gerando ainda mais sofrimento e indignação.
Curiosamente, a gestão de Adriane Lopes parece ter tempo para tudo, menos para cumprir suas obrigações. Quando questionada sobre a crise, a prefeita não apresentou soluções concretas, apenas afirmou que está “buscando uma agenda” com o Governo Federal para que o fornecimento desses itens seja uma responsabilidade compartilhada entre os governos federal, estadual e municipal. Ou seja, uma tentativa nada sutil de dividir o problema e adiar uma resposta.
O discurso, claro, veio carregado de palavras bonitas e frases de efeito: “Precisamos que os três estejam preparados para essa demanda que é tão importante e que está como prioridade para nós”. Mas prioridade para quem? Para a prefeitura que descumpre ordens judiciais? Para uma gestão que tenta barrar protestos pacíficos de mães exaustas?
As mães atípicas, que lidam diariamente com desafios enormes, não precisam de discursos vazios, precisam de fraldas adequadas, insumos essenciais e respeito por seus direitos. Não precisam de promessas políticas, mas de ações efetivas. E acima de tudo, não deveriam precisar protestar para que a prefeitura simplesmente cumpra a lei.
O problema não é recente. Há anos, mães denunciam a precariedade no atendimento às suas crianças. A prefeitura, por sua vez, acumula desculpas, protelações e tentativas de transferir a responsabilidade. Mas quando chega a hora de barrar protestos, a resposta é imediata.
Se Adriane Lopes realmente se importasse com essas mães, já teria garantido que a lei fosse cumprida. Não precisaria de reuniões com Brasília para entregar algo que já é um direito adquirido. Mas, enquanto isso, as mães continuam a enfrentar a burocracia, a indiferença do poder público e, agora, a censura.
Campo Grande merece uma prefeita que se preocupe com seus cidadãos de fato, não alguém que só enxergue prioridades quando lhe convém. E as mães atípicas? Essas seguem lutando, pois sabem que seus filhos não podem esperar pelas promessas vazias de uma gestão que insiste em ignorá-las.