Cadê a assistência social de Campo Grande? Só no nome?

Enquanto a Prefeitura de Blumenau (SC) demonstra que um trabalho sério e contínuo de assistência social pode fazer a diferença na vida de quem vive em situação de rua, aqui em Campo Grande, a Secretaria Municipal de Assistência Social parece atuar no modo “descanso”. A pergunta que não cala: onde estão as assistentes sociais do município? Será que estão apenas usufruindo de seus generosos salários no conforto dos gabinetes climatizados?

A cidade precisa urgentemente de uma política de abordagem social efetiva, como a de Blumenau, que não se limita a discursos vazios e desculpas esfarrapadas. Enquanto isso, a gestão de Adriane Lopes segue firme na arte da omissão. As ruas da cidade se tornam cada vez mais ocupadas por pessoas em vulnerabilidade extrema, e a única coisa que cresce é a quantidade de desculpas esfarrapadas.

Blumenau mostra que é possível oferecer acolhimento humanizado, reinserção social e apoio psicológico para quem precisa, além de um atendimento contínuo que funciona sete dias por semana. E aqui em Campo Grande? Nenhum telefone de atendimento 24h, nenhum serviço eficiente, nenhuma estrutura minimamente decente para amparar essa população que cresce a olhos vistos.

A abordagem social não se trata apenas de “tirar” as pessoas das ruas, mas de oferecer condições reais para que elas saiam da situação de vulnerabilidade. Blumenau tem abrigos, assistência para documentação, triagem para atendimentos médicos e até suporte para recolocação profissional. Já em Campo Grande, a política pública parece se resumir a ignorar o problema até que ele se torne grande o suficiente para não ter mais solução.

O que impede Campo Grande de seguir um modelo semelhante? Falta de dinheiro? Difícil acreditar, já que a prefeitura sempre encontra orçamento para supersalários e benefícios extras a seus aliados políticos. Falta de vontade? Bem mais provável. Afinal, estar nas ruas, conhecendo os problemas de perto, não é tão confortável quanto ficar em salas refrigeradas.

A prefeita Adriane Lopes e sua equipe deveriam sair de seus gabinetes e encarar a realidade. Quantas abordagens sociais são realizadas por dia? Qual o nível de efetividade da assistência oferecida? Quantas pessoas foram efetivamente retiradas das ruas e reintegradas à sociedade? A população quer respostas e ações, não mais desculpas e promessas vazias.

Blumenau se destaca entre as poucas cidades brasileiras que possuem uma rede assistencial que busca, de fato, a reinserção social e a dignidade do cidadão. Por aqui, a prefeitura sequer consegue articular ações básicas para minimizar o problema. Em vez de simplesmente lamentar o aumento da população em situação de rua, que tal aprender com quem está fazendo direito?

É curioso como, para certas gestões, tudo vira um problema sem solução. Mas, quando se trata de aumentar os próprios salários ou distribuir benefícios aos aliados políticos, a eficiência brota como mágica. Por que a Assistência Social de Campo Grande não pode funcionar de verdade? Talvez porque, por aqui, a prioridade seja sempre outra.

Enquanto isso, a população campo-grandense segue observando o descaso, assistindo ao crescimento da miséria e se perguntando: será que alguém dentro da prefeitura se importa? Ou será que os únicos movimentos da Assistência Social municipal continuam sendo os dedos digitando justificativas e relatórios sem efeito?

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