O que era para ser somente uma reunião produtiva entre vereadores de Campo Grande e a bancada federal de Mato Grosso do Sul se transformou em um verdadeiro festival de alfinetadas contra a gestão da prefeita Adriane Lopes. Se alguém ainda duvidava do descrédito da administração municipal, os parlamentares presentes deixaram bem claro: não confiam na prefeitura para executar obras estruturantes.
A prova mais escancarada disso está nos R$ 110 milhões da emenda de bancada. Ao invés de serem direcionados para projetos variados na cidade, o montante foi carimbado para a construção da rotatória da Avenida Mato Grosso com a Via Park e da Coca-Cola. O motivo? Essas obras são fundamentais para a infraestrutura da cidade, e os parlamentares simplesmente não acreditam que a prefeitura seja capaz de tocá-las.
Se já não bastasse a humilhação pública, os deputados revelaram que, em todo o tempo em que estão na Câmara Federal, Adriane Lopes nunca sequer tentou estabelecer diálogo com eles. Parece que a prefeita se esqueceu que governar uma cidade também passa por articulação política e busca de recursos.
Mas se a prefeita não planeja, quem planeja? A resposta veio sem rodeios: o Governo do Estado. Sob o comando de Eduardo Riedel, as obras estruturantes de Campo Grande estão sendo planejadas e executadas pelo Estado, enquanto a prefeitura assiste tudo de camarote. E os parlamentares fazem questão de reforçar que a escolha pela gestão estadual não é mero acaso, mas sim a única alternativa confiável diante do cenário de ineficiência na prefeitura.
A bancada federal, que tem o poder de decidir quem vai executar as obras financiadas por suas emendas, não esconde a preferência pelo Governo do Estado. E o motivo é simples: a falta de credibilidade da administração municipal. O que deveria ser um reconhecimento ao trabalho da prefeitura virou, na prática, um atestado de incompetência.
Se a administração de Adriane Lopes já vinha sendo alvo de críticas por parte da população, agora o próprio meio político escancara o fiasco. A falta de confiança da bancada federal não surge do nada, mas de um histórico de promessas não cumpridas, projetos mal geridos e, claro, a ausência de diálogo com os deputados e senadores que poderiam ajudar a cidade.
A grande questão agora é: até quando a prefeitura de Campo Grande continuará sendo ignorada na escolha de execução das grandes obras? Pelo visto, enquanto a gestão municipal insistir em sua política de isolamento e ineficiência, os recursos continuarão indo para quem sabe o que fazer com eles. E a escolha do Governo do Estado para tocar as obras não parece que vai mudar tão cedo.
Enquanto isso, a população segue esperando pelas melhorias que deveriam vir da administração municipal, mas que acabam nas mãos do Estado por absoluta falta de capacidade da prefeitura. Talvez seja hora de Adriane Lopes sair da bolha e entender que, sem articulação e credibilidade, sua gestão será apenas um espectador no desenvolvimento de Campo Grande.
No fim das contas, a reunião foi mais do que um debate de prioridades: foi um verdadeiro referendo sobre quem tem competência para gerir os recursos da cidade. E, pelo visto, a prefeita saiu de lá com um veredito nada favorável. A bancada federal escolheu, mais uma vez, confiar no Estado. E Campo Grande agradece.