Professor Juari defende uma CPI completa e responsável do transporte público

A criação da CPI do Transporte Coletivo movimentou a Câmara Municipal de Campo Grande, gerando debates acalorados sobre a real necessidade e abrangência da investigação. O vereador Professor Juari esclareceu sua posição e ressaltou que, ao contrário do que alguns podem pensar, ele não é contra a CPI, mas sim contra a forma apressada e limitada com que ela foi proposta.

O parlamentar destacou que a investigação precisa ser mais ampla e não apenas focada na quebra do contrato com o Consórcio Guaicurus. “O fato determinado para a discussão é só a quebra do contrato, mas nós temos que discutir também o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) e todo o contrato. Além disso, precisamos debater a situação dos terminais e a qualidade dos ônibus”, pontuou.

Na visão do vereador, restringir a CPI à questão da quebra contratual limita a capacidade dos parlamentares de investigarem outros problemas graves do transporte público da cidade. “Se algum vereador quiser discutir, por exemplo, a tarifa de ônibus, não poderá, porque a CPI só pode tratar do que está determinado no requerimento”, explicou.

Outro ponto que preocupa o Professor Juari é o impacto da investigação sobre a gratuidade do transporte, especialmente para os alunos. Ele alerta que qualquer mudança drástica pode afetar diretamente os estudantes, que dependem do serviço para frequentar as escolas. “Se a CPI resolve o problema do transporte, mas compromete a gratuidade dos alunos, como ficamos? Precisamos ter responsabilidade”, afirmou.

Além dos estudantes, o vereador também chama atenção para os trabalhadores que dependem diariamente do transporte público. Ele questiona o que acontecerá se, no meio da investigação, o Consórcio Guaicurus decidir interromper os serviços. “E aquele patrão que está esperando o funcionário chegar e ele não chega porque não tem ônibus para rodar? E aquela pessoa que precisa trabalhar e não pode por conta do ônibus? Essas são questões que precisam estar na pauta da CPI”, alertou.

Para Professor Juari, a pressa em instaurar a CPI sem um debate mais profundo pode resultar em um processo falho e sem impactos reais para a população. “A gente precisa ter responsabilidade com o que estamos propondo. Não adianta abrir uma CPI só para parecer que estamos agindo, mas sem considerar todas as consequências”, disse.

O vereador reforçou que não se opõe à investigação, mas que só assinará o requerimento se a CPI for realmente abrangente e incluir todas as questões relevantes. “Sou a favor e vou assinar, desde que tudo o que precisamos discutir esteja lá como fato determinado”, garantiu.

Ele também destacou que, ao longo dos anos, o transporte coletivo de Campo Grande passou por diversas mudanças e promessas de melhorias que nunca se concretizaram. “Não adianta apenas investigar a quebra de contrato e esquecer os outros problemas que fazem parte dessa realidade há anos”, criticou.

A exigência de um olhar mais criterioso sobre o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) também faz parte da preocupação do vereador. Esse documento trata do equilíbrio econômico-financeiro da concessão e precisa ser analisado com profundidade para garantir que qualquer mudança no transporte público seja sustentável e justa para a população.

Por fim, Professor Juari reiterou que a CPI não pode ser apenas um espetáculo político, mas sim uma ferramenta para resolver os problemas de forma definitiva e responsável. “Precisamos fazer essa investigação de maneira séria, sem precipitação, para que realmente possamos melhorar o transporte coletivo para todos”, concluiu.

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