Prefeita Adriane Lopes receita o descaso e entrega o caos

Se a saúde pública de Campo Grande fosse um paciente, já estaria em estado gravíssimo, entubado, implorando por socorro e sem nenhuma previsão de alta. O caos é visível nas unidades de atendimento, mas também se esconde nas prateleiras — ou melhor, na ausência delas. A farmácia da rede pública virou um jogo de azar: o paciente chega, pede o remédio e torce pra dar sorte. Spoiler: não dá.

Enquanto a prefeita Adriane Lopes segue ocupada com eventos, discursos e sessões de fotos bem iluminadas para o Instagram, o povo enfrenta a dura realidade de não encontrar nem o básico. O que tem de selfie em gabinete, falta de medicamento nos postos. A cidade agoniza sob uma gestão que parece tratar a saúde como um detalhe irrelevante — e, por sinal, dispensável.

A lista de remédios em falta é de fazer qualquer um perder a paciência, e a saúde. Tramadol injetável? Não tem. Diclofenaco injetável? Também não. Metilprednisolona? Suma. E, se você achou que conseguiria pelo menos um paracetamol para aguentar essa administração, pode desistir. Tá faltando em gotas e em comprimido.

Os estoques críticos beiram o vexame: fita de glicemia, usada por diabéticos, está em situação “muito crítica” — ou seja, praticamente extinta. Clorexidine e álcool 70, indispensáveis para higiene e prevenção de infecções, também estão no vermelho. Talvez estejam esperando que os pacientes tragam de casa, junto com o lanche.

Até remédios considerados corriqueiros, como amoxicilina, prednisona, ondansetrona, loratadina e dipirona, estão escassos. Os pais que buscam xarope para os filhos com sintomas gripais ou alergias vão embora de mãos abanando — e de coração partido. Já os idosos que precisam de anlodipino para controlar a pressão, que esperem sentados. Ou deitados.

O descaso é tão generalizado que começa a parecer proposital. Porque não há como justificar tamanha incompetência, a não ser por má gestão, falta de prioridade e completo desinteresse pela vida da população. Campo Grande virou um grande hospital improvisado, onde falta tudo, menos desculpas esfarrapadas da prefeitura.

É inaceitável que, com tanto recurso público, a cidade não consiga manter o mínimo necessário para atender quem mais precisa. O contribuinte paga impostos altíssimos para sustentar uma estrutura que, no fim, não entrega nada além de desespero e indignação. E enquanto isso, Adriane Lopes vai empurrando sua gestão com discursos decorados e promessas repetidas.

A pergunta que ecoa pelos corredores das unidades de saúde é simples: até quando? Até quando vamos ver nossos filhos, pais e avós sofrendo por falta de algo tão básico como um antibiótico ou um analgésico? Até quando vamos suportar uma prefeita que trata o colapso da saúde pública com a mesma frieza com que ignora as crateras nas ruas?

Campo Grande está doente. E o maior vírus que a cidade enfrenta hoje se chama abandono institucionalizado. Se não houver reação — da Câmara, do Ministério Público, e, principalmente, da população — corremos o risco de ver a cidade inteira internada… sem leito, sem remédio e sem prefeito.

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