Campo Grande, a cidade que deveria ser um modelo de desenvolvimento, tem sido transformada em um campo esburacado, e quem não está vendo isso é a gestão de Adriane Lopes (PP), que parece andar esquecida de suas responsabilidades. O deputado estadual e ex-secretário municipal de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian Neto, não perdeu a oportunidade de criticar a gestão atual da prefeitura e expor a falta de ação administrativa, apesar de um cenário econômico que deveria ser motivo de otimismo para a cidade.
Em um vídeo recente, Pedrossian Neto aparece descendo de um carro em uma rua tomada por buracos, e faz uma observação que não poderia ser mais clara: “tem gente esquecida de usar a bota, de cortar a grama, de tapar buraco e até de governar.” E ele está absolutamente certo. A prefeitura, sob a liderança de Adriane Lopes, parece cada vez mais perdida, com problemas de infraestrutura que poderiam facilmente ser resolvidos se houvesse gestão eficiente e responsabilidade. A crítica de Pedrossian Neto ganha ainda mais peso ao mencionar que Campo Grande nunca arrecadou tanto como agora, com um recorde de R$ 1 bilhão e 30 milhões de arrecadação no primeiro trimestre de 2025.
Como é possível que uma cidade arrecade bilhões e continue sofrendo com ruas esburacadas, buracos sem reparo e uma crise na coleta de lixo? A resposta, de acordo com o parlamentar, é simples: falta de gestão. E não falta dinheiro. Faltam, sim, prioridades e responsabilidade. Pedrossian Neto lembra que, quando deixou a Prefeitura, a cidade arrecadava muito menos, mas ainda assim conseguia realizar obras e manter os serviços funcionando. A comparação com os dias de hoje é assustadora: mais dinheiro, mais arrecadação, mas menos resultados. Como explicar que, em meio a uma situação financeira favorável, o município esteja inscrita no Serasa e com fornecedores, como as empresas de cascalhamento e tapa-buracos, há quatro meses sem receber? Como justificar a dívida de R$ 30 milhões com a concessionária de lixo? Será que, em plena arrecadação recorde, a cidade ainda vai enfrentar uma crise no serviço de coleta de lixo?
O que Pedrossian Neto destaca é algo alarmante: não é apenas a falta de recursos que está prejudicando a cidade, mas a falta de comprometimento da gestão municipal. Ele questiona, com razão, o que está sendo feito com todo esse dinheiro que entra nos cofres públicos, já que os problemas básicos da cidade só se agravam. As ruas continuam esburacadas, os serviços essenciais ficam sobrecarregados, e a população, que paga impostos altíssimos, tem o direito de saber como o dinheiro público está sendo utilizado.
Se antes a gestão poderia justificar sua falta de ação devido à falta de recursos, hoje esse discurso não se sustenta mais. Como campo-grandense, é impossível não se indignar com a discrepância entre o que é arrecadado e o que é entregue à população. E a sensação de impunidade é crescente: não há resposta para os atrasos nos pagamentos aos fornecedores, e os serviços fundamentais continuam sendo negligenciados.
Pedrossian Neto tem razão ao levantar essas questões e ao exigir explicações da prefeitura. A população não pode continuar sendo ignorada enquanto a
gestão parece presa em um ciclo de promessas vazias e desculpas esfarrapadas. Como ele mesmo diz: “Em quais condições Campo Grande vai chegar até o final do ano?” Se não houver uma mudança radical na forma como a administração municipal lida com os recursos e a gestão pública, é difícil ver qualquer perspectiva de melhoria para a cidade.
Portanto, a crítica é clara: Campo Grande está sendo empurrada para um abismo, mesmo com um aumento significativo na arrecadação. Basta de justificativas, basta de promessas não cumpridas. O momento é de ação, de responsabilidades assumidas e, principalmente, de gestão eficiente. O que não pode mais acontecer é que, em meio a um orçamento bilionário, a cidade continue afundando no lodo da ineficiência administrativa.