Parecer do TCE exige explicações sobre curso de 25h e show de Nando Reis por R$ 1,5 milhão

Em uma das decisões mais controversas de sua gestão, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), aprovou um gasto de R$ 1,559 milhão com um curso de capacitação de 25 horas que, além da capacitação duvidosa, ainda incluiu um show de Nando Reis para os participantes. Essa contratação, firmada com a empresa Atrea Premium Ltda., ocorreu no final de 2024, quando o município enfrentava uma situação fiscal ainda mais crítica, sem sequer ter condições de pagar o 13º salário dos servidores.

O parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS), recentemente obtido pela imprensa, concluiu que o contrato celebrado pela prefeita foi marcado por graves irregularidades, principalmente a ausência de licitação, um erro imperdoável, considerando a situação financeira do município. Além disso, o evento teve a participação de 300 servidores, que, ao invés de um real investimento em educação, foram privilegiados com um evento de luxo que misturava capacitação e entretenimento, ao custo de R$ 5.199,00 por servidor.

O mais indignante é que a escolha do número de participantes já estava definida antes mesmo de qualquer estudo técnico ou justificativa plausível. Em um prazo de apenas 24 horas, o secretário especial de Compras e Contratos, André de Moura Brandão, determinou que 300 funcionários fossem selecionados para participar do evento, sem qualquer critério objetivo ou divulgação pública das vagas disponíveis. O processo foi todo conduzido de forma improvisada, sem planejamento adequado, o que só contribuiu para mais um erro na administração da prefeita.

A falta de planejamento e a ausência de transparência são ainda mais graves quando se observa que, enquanto o município não tinha recursos para honrar com seus compromissos, a prefeita destinava uma verba milionária a um evento questionável. O TCE apontou ainda a falta de edital público para o evento e a inadequação dos prazos, que dificultaram a participação de um número maior de servidores que realmente poderiam se beneficiar de uma capacitação efetiva e bem estruturada.

O evento, que deveria ser uma oportunidade de aprimoramento profissional, acabou se tornando um verdadeiro símbolo de uma gestão marcada pela falta de transparência e pela priorização de interesses pessoais e políticos. Enquanto isso, servidores da saúde e da educação, áreas essenciais para a cidade, continuam enfrentando cortes em seus benefícios e a frustração de não verem a valorização prometida pela prefeita.

O parecer do TCE também destacou a definição prévia do número de vagas e a ausência de estudo técnico, que deveria fundamentar a contratação. Não há qualquer explicação convincente sobre o critério adotado para a seleção dos servidores, o que configura uma total falta de planejamento e transparência. Este é mais um exemplo da incompetência administrativa que caracteriza a atual gestão municipal, que, ao invés de priorizar o básico – como o pagamento de salários de servidores – se perde em eventos e shows que nada acrescentam à cidade.

A gestão da prefeita Adriane Lopes tem sido duramente criticada por desconsiderar princípios fundamentais da administração pública, como legalidade, eficiência e transparência. A população de Campo Grande, que vive com salários congelados e serviços públicos cada vez mais precarizados, assiste, estarrecida, a prefeita seguir sua rotina de luxos e desperdício de recursos.

A gestão de Adriane Lopes, com seus aumentos exorbitantes de salários e seu interesse por eventos de pouca relevância, demonstra mais uma vez que as prioridades da administração estão completamente desajustadas.

Agora, com o recente parecer do TCE, a prefeita tem mais um capítulo sombrio em sua gestão, mostrando que, em tempos de crise, gastar R$ 1,5 milhão em um evento de 25 horas é mais importante do que pagar as dívidas do município ou investir na educação e saúde da cidade.

Compartilhe
Notícias Relacionadas
© 2024 O Consumidor News
Desenvolvido por André Garcia - www.conffi.com.br