Nas Relações Exteriores, Nelsinho busca diálogo para reaproximação com os EUA

O senador sul-mato-grossense marcou audiência com os ex-presidentes da CRE para estudarem em conjunto soluções ao conflito

Eleito no mês passado como presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado pelos próximos dois anos, o senador Nelsinho Trad (PSD) prometeu focar no debate sobre o comércio internacional. 

No entanto, o parlamentar sul-mato-grossense assume o cargo no momento em que o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, iniciou um tarifaço que gera tensão global e respinga no Brasil, que já estuda adotar a lei de reciprocidade, provocando o temor de afastamento comercial entre os dois países.

Em meio a essa situação, ele decidiu convidar sete ex-presidentes da CRE para uma audiência no dia 13, para discutir o contexto internacional e, em especial, uma forma de retomar as boas relações comerciais entre Brasil e EUA.

Já estão convidados o ex-presidente da República José Sarney, o ex-senador Heráclito Fortes, o deputado estadual Eduardo Suplicy, o ex-ministro Cristovam Buarque, a ex-ministra Katia Abreu, o ex-governador Eduardo Azeredo e o ex-ministro Aloysio Nunes.

“Precisamos priorizar o diálogo e evitar conflitos que possam comprometer nossas relações internacionais e o setor produtivo. O Brasil já negocia cotas e condições diferenciadas para setores estratégicos e esse deve ser o caminho”, disse.

“Nela, constam ex-parlamentares que têm extrema relevância ainda na história política do Brasil. Temos lá os ex-presidentes da República José Sarney e Fernando Collor”, citou.

Para ele, a respeito dessas movimentações, principalmente na área do comércio global e a influência que isso pode ter nas relações diplomáticas mundo afora, inclusive dentro do Brasil, vai ser uma audiência extremamente produtiva e proveitosa. 

“Quero ouvir o que cada um vai falar a respeito dessas provocações que, muitas das vezes, têm sido disparadas pelo presidente dos EUA, saber como que deve se portar a diplomacia brasileira e o que isso pode refletir no ‘arranhamento’ dessas relações, que ultrapassam 200 anos”, ressaltou.

O senador argumentou que essas ações podem, principalmente nas questões do negócio, que, em última análise, é o que importa ao Brasil, trazer sérios prejuízos financeiros.

“Tudo isso nos faz ter todo o zelo e cautela para evitar que isso possa acontecer”, assegurou.

O parlamentar prosseguiu, dizendo que entende que o Brasil deve exercitar o máximo o diálogo e o entendimento para poder evitar conflitos maiores que venham a se tornar irreversíveis, principalmente no que tange às questões de comércio.

“Então, estamos muito otimistas e ansiosos na expectativa de ter uma manhã muito

produtiva”, avaliou.

OITIVA
Durante a oitiva desses notáveis em relação aos EUA, Nelsinho disse que é possível afirmar que todas as medidas que estão sendo anunciadas na área do comércio, entre elas a taxação de produtos como o alumínio e o aço, “podem e devem ser revertidas em uma conversa sensata, moderada das partes, conforme teve em 2019 para 2020, quando houve exatamente essa taxação na época.

“A então ministra da Agricultura e Pecuária e atual senadora Tereza Cristina [PP] pegou um avião, foi para os EUA, ficou sete dias lá, explicando as questões dos desdobramentos dessa ação e a reação que isso podia ter, e eles simplesmente revogaram aquilo que poderia afetar o nosso País”, recordou.

“Porque, convenhamos, nós temos que procurar um entendimento em função da luta árdua que deve acontecer em um embate entre Brasil e EUA”, alertou.

Para ele, mesmo que o Brasil tenha produtos que interessam muito ao país norte-americano, o governo federal não deve considerar essa briga. 

“Porque eles têm uma força muito maior do que a gente. Essa é minha análise, e sempre buscando, como eu volto a dizer, é a essência da diplomacia, que é o entendimento e o diálogo”, finalizou.

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