Falsas promessas: Campo Grande merecia mais que ficção eleitoral

Em 2024, enquanto a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), se preparava para mais um ciclo eleitoral, ela fez promessas grandiosas e de tirar o fôlego, que soaram mais como uma história inventada para enganar eleitores do que um compromisso com a cidade. Desde a construção de um hospital até a pavimentação de mais de 460 km de vias, Adriane Lopes parecia ter saído de um roteiro de promessas de campanha que mais se assemelham com um conto de fadas do que com o plano de ação de uma prefeita em exercício.

A primeira promessa, a construção de um hospital municipal, parece uma verdadeira piada, considerando que Campo Grande já enfrenta um caos na saúde pública e o sistema hospitalar da cidade não tem capacidade de dar conta da demanda da população. Em vez de construir novas unidades, seria mais sensato investir na infraestrutura existente, que há anos clama por melhorias e mais investimentos. Mas, claro, prometer um hospital novo para impressionar eleitores parece ser mais fácil e rentável do que lidar com a realidade da saúde pública que está afundada em desorganização e falta de recursos.

E o que dizer da promessa de pavimentar mais de 460 km de vias? Será que a prefeita anda pelas ruas da cidade? Em vez de anunciar obras que nunca saem do papel, Adriane deveria começar a olhar para a realidade das ruas esburacadas, que afligem diariamente os moradores de Campo Grande. A cidade está tomada por ruas sem asfalto, malconservadas, que tornam o trânsito um pesadelo. Ao invés de se preocupar em transformar o futuro de uma cidade “mítica”, que é o foco de suas promessas, ela poderia começar pelo presente real, com obras concretas e que beneficiem diretamente a população.

A promessa de criar um centro de atendimento médico e multidisciplinar para a pessoa idosa também soa como mais um truque de marketing eleitoral. Em um momento em que a cidade se vê assolada por uma escassez de atendimentos médicos e o SUS já não consegue dar conta da demanda, Adriane tenta fazer parecer que as necessidades da terceira idade são um foco primordial. Fica a pergunta: por que não melhorar o acesso à saúde para todos os cidadãos, sem criar uma espécie de “clube exclusivo” para idosos? Ao invés de “novos centros”, que tal investir em atendimentos eficientes e adequados para toda a população que sofre com a falta de serviços médicos de qualidade?

E, para completar o show de promessas vazias, Adriane Lopes fez a ousada promessa de entregar medicamentos em casa para pessoas com deficiência. Uma medida que soa como uma tentativa desesperada de fazer parecer que a administração está preocupada com a população mais vulnerável. A realidade, porém, é bem diferente. Como se fosse algo inovador, o projeto não parece levar em consideração o fato de que os problemas da saúde pública em Campo Grande são bem mais profundos do que um simples serviço de entrega domiciliar. O município não tem sequer capacidade para garantir o abastecimento regular de medicamentos nas unidades de saúde.

Quando as promessas se tornam um roteiro de ficção, fica difícil não questionar as intenções da prefeita e o que realmente está sendo feito para melhorar a vida de quem mais precisa. Ao invés de buscar soluções sustentáveis e reais, Adriane Lopes prefere fazer promessas que são tão distantes da realidade que só podem

ser vistas como uma forma de engano eleitoral. A falta de foco nas questões essenciais e a busca constante por novas promessas grandiosas são uma característica marcante dessa gestão.

Campo Grande precisa de ações práticas e urgentes, como melhorias na saúde pública, pavimentação de ruas já identificadas como prioritárias e um sistema educacional mais robusto. Promessas como essas, que buscam impressionar cidadãos sem nenhum compromisso com a realidade, acabam apenas atrasando o desenvolvimento da cidade e alimentando um ciclo de desilusão política.

Enquanto a prefeita continua a prometer mundos e fundos, o povo de Campo Grande segue aguardando por algo mais que histórias de ficção e projetos que não saem do papel. Quando finalmente ela cumprirá, ao menos em parte, o que diz ser capaz de realizar? A população já está cansada de esperar.

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