O povo tira do poder e Adriane Lopes coloca de volta

A prefeita Adriane Lopes (PP) anunciou o que chamou de “última rodada de nomeações” para seu secretariado, mas a lista reforça uma gestão pautada por privilégios e alianças pessoais, deixando de lado critérios técnicos e a eficiência que Campo Grande tanto necessita. A prática tem sido clara: o povo tira nas urnas, mas Adriane coloca de volta em sua administração, ignorando o recado das eleições.

O caso mais emblemático é o de Sandro Benites, ex-secretário de Saúde e agora rebaixado ao comando da Fundação Municipal de Esportes. Considerado o “queridinho” de Adriane e de seu marido, o deputado estadual Lídio Lopes, Benites perdeu protagonismo político, mas foi estrategicamente reacomodado em um cargo de menor relevância, mantendo-se próximo da prefeita. Enquanto a Saúde, uma das áreas mais demandadas da cidade, continuará nas mãos de Rosana Leite Melo, Benites se refugia em um espaço onde poderá continuar a serviço de interesses políticos.

Outra escolha que reflete essa lógica é a recondução de Marcelo Miglioli como secretário de Infraestrutura. Durante o período pré-eleitoral, Miglioli liderou uma campanha de pavimentação intensiva, que muitos interpretaram como marketing político mais voltado para votos do que para as reais necessidades da cidade. Mesmo sem o respaldo popular explícito, ele continua no cargo.

O favoritismo atinge seu ápice com a renomeação de Thelma Mendes Lopes como chefe da Casa Civil. Thelma, concunhada de Adriane, reassume uma posição estratégica que concentra poder sobre autarquias importantes, como asagências municipais de Transporte e Trânsito (Agetran), de Regulação (Agereg) e de Meio Ambiente e Planejamento (Planurb). Essa concentração de decisões em mãos familiares é um exemplo gritante de como a administração municipal está sendo utilizada para fortalecer laços pessoais, em detrimento do interesse público.

A prefeita ainda premiou ex-vereadores que foram rejeitados nas urnas. Valdir Gomes, que será o secretário-executivo da Cultura, e Paulo Lands Filho, agora secretário-executivo da Juventude, são exemplos de como Adriane ignora o desejo da população por renovação e reacomoda aliados políticos em cargos públicos. Enquanto o eleitor os tira de cena, a prefeita os reinsere em sua gestão como peças estratégicas.

A gestão de Adriane Lopes parece ter como base a velha política do “toma lá, dá cá”. O povo manifesta sua insatisfação nas urnas, mas a prefeita continua a ignorar esse sinal, premiando aliados políticos e familiares com cargos de destaque. Essa postura não só desrespeita a vontade popular, mas também compromete a credibilidade da administração.

A reacomodação de Sandro Benites, a permanência de Marcelo Miglioli e de Thelma Mendes Lopes são apenas exemplos de uma gestão que prioriza interesses particulares e desconsidera o bem-estar da população. Com secretários que servem mais aos interesses de um pequeno grupo do que ao público, Adriane Lopes reforça a sensação de que Campo Grande está sendo governada por uma rede de amigos e parentes.

A administração pública deveria servir como instrumento de transformação e progresso, mas Adriane parece usá-la como plataforma para beneficiar os que orbitam seu círculo político e familiar. O descontentamento popular, evidente, é um alerta que a prefeita insiste em ignorar.

A pergunta que fica é: até quando Campo Grande suportará essa gestão que transforma a administração municipal em um reduto de conveniências pessoais? O povo tira, mas Adriane coloca de volta, desafiando a vontade popular e perpetuando práticas que afastam cada vez mais a cidade de uma gestão realmente voltada para o bem comum.

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