Quando se fala em desvios de dinheiro público em Mato Grosso do Sul, há um nome que paira como uma sombra sobre qualquer escândalo: João Baird. Conhecido pelos bastidores da corrupção, Baird é apontado como o verdadeiro maestro de um esquema que atravessa gestões e alimenta uma rede de poder e influência que o alçou ao status de bilionário. O jogo é sempre o mesmo, mudam apenas os laranjas. Nos últimos anos, a figura de Baird passou a se camuflar ainda mais, agora por trás do genro Felipe Braga, dono da empresa Nextmed.
Em Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes se vangloria de um investimento de R$ 20 milhões para modernizar as unidades de saúde com tecnologia de ponta. Um projeto que, à primeira vista, parece revolucionário. Totens de autoatendimento, prontuários eletrônicos e sistemas de monitoramento por câmeras são apresentados como soluções para melhorar a experiência do usuário. No entanto, por trás dessa modernização está a própria Nextmed, empresa que, segundo investigações, serve como ponte para os esquemas milionários de João Baird.
Os bastidores desse “progresso” escodem uma estratégia que há anos garante lucros astronômicos para quem está no comando. Baird, com sua habilidade para se manter fora dos holofotes, consolidou um padrão: onde ele está, a ética não passa nem perto. Seja na saúde, na educação ou em qualquer outra área, os indícios de irregularidades sempre apontam na mesma direção.
A Nextmed é a ferramenta da vez. Vendida como uma empresa de inovação, ela carrega nas costas o peso de um padrão repetitivo: contratações sob medida, licitações turvas e custos superfaturados. O modus operandi de Baird é claro: infiltrar-se em áreas essenciais para a população, onde o fluxo de recursos é generoso e a fiscalização nem tanto.
A narrativa de progresso promovida pela prefeita Adriane Lopes esconde o verdadeiro impacto desses investimentos. Não é apenas sobre equipamentos modernos ou tecnologias à disposição. É sobre quem se beneficia no fim das contas. E, mais uma vez, todas as trilhas levam a João Baird.
Por trás da fachada de inovação está o verdadeiro golpe. O esquema é sempre o mesmo: empresas vinculadas a Baird aparecem como solução para problemas crônicos da gestão pública, enquanto, nos bastidores, o dinheiro é desviado de maneira sistemática. Documentos mostram como valores astronômicos foram pagos a título de serviços que muitas vezes sequer saíram do papel.
A sofisticação dos golpes também chama atenção. Com o uso do nome do genro, Baird conseguiu não apenas continuar no controle, mas também afastar suspeitas. A estratégia de usar laranjas não é novidade, mas o grau de coordenação que ele alcançou o coloca em outro patamar. Não é à toa que ele é tratado como o verdadeiro chefe do esquema em Mato Grosso do Sul.
Enquanto a população enfrenta filas intermináveis e a falta de medicamentos nas unidades de saúde, o investimento de R$ 20 milhões parece mais uma peça de marketing do que uma solução real. Afinal, a verdadeira prioridade não é o bem-estar do cidadão, mas os lucros daqueles que operam nos bastidores.
João Baird, bilionário silencioso, continua a comandar seu império com maestria.
Entre contratos milionários e redes de influência, ele permanece intocável. Mas, enquanto ele enriquece, quem paga a conta é a população.
O que falta para que a justiça finalmente alcance Baird? Talvez a resposta esteja no próprio sistema, que ele conhece como poucos. Até lá, o bilionário da corrupção segue operando, acumulando fortunas e deixando um rastro de prejuízos por onde passa.