A decisão da Prefeitura de Campo Grande de paralisar contratos relacionados à iluminação pública em importantes áreas da cidade é mais um retrocesso que prejudica diretamente a população. A medida, que afeta parques e avenidas estratégicas, como o Parque Ayrton Senna, Parque Jacques da Luz, e avenidas como Prefeito Lúdio Coelho e Duque de Caxias, está longe de ser apenas um trâmite burocrático. Ela expõe moradores e frequentadores à insegurança e ao abandono.
Os três contratos paralisados com a Construtora B&C Ltda, que previam a implantação de luminárias LED Solar, prometiam trazer modernização e maior eficiência energética à Capital. Contudo, a interrupção dos projetos deixa claro que a prioridade da gestão municipal não é atender às necessidades básicas da população. A justificativa da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), que alegou cumprimento de formalidades legais, soa como uma desculpa vaga e pouco convincente.
A falta de iluminação adequada em parques e avenidas impacta diretamente a segurança dos moradores. Locais que deveriam ser espaços de convivência e lazer se tornam zonas de risco, afastando a população e abrindo margem para a criminalidade. Em uma cidade que já enfrenta problemas com o aumento de assaltos e furtos, a gestão pública parece ignorar as consequências reais de suas ações.
Os parques atingidos pela medida são fundamentais para a qualidade de vida dos moradores. O Parque Ecológico do Sóter, por exemplo, é um dos principais refúgios verdes da cidade e deveria estar iluminado para garantir o uso seguro no período noturno. Com a interrupção dos contratos, frequentadores relatam insegurança e abandono, o que afasta ainda mais a população desses espaços.
As avenidas também sofrem com o descaso. Iluminação pública eficiente é essencial para prevenir acidentes de trânsito e garantir a segurança de pedestres. A escuridão não apenas dificulta a visibilidade, mas também aumenta a percepção de vulnerabilidade dos moradores que precisam transitar por essas vias.
Em vez de buscar soluções rápidas e efetivas para a continuidade dos projetos, a Prefeitura opta por justificar suas decisões com tecnicismos burocráticos. Essa postura reflete uma gestão desconectada das demandas reais da cidade, priorizando formalidades em detrimento do bem-estar coletivo. A falta de comunicação clara sobre a retomada dos contratos apenas reforça a sensação de abandono.
A iluminação pública não é um luxo, é um direito básico que impacta diretamente a qualidade de vida e a segurança da população. A paralisação desses contratos evidencia a falta de planejamento e comprometimento da atual gestão com o desenvolvimento urbano.
Se a Prefeitura deseja recuperar a confiança dos moradores, precisa agir com urgência para retomar as obras de iluminação e garantir que parques e avenidas sejam lugares seguros e acessíveis para todos. Continuar no escuro é inadmissível para uma cidade que almeja se destacar como uma Capital moderna e eficiente.
Campo Grande merece mais do que promessas e justificativas burocráticas. A população espera uma gestão que priorize soluções e não se esconda atrás de discursos. Enquanto isso não acontece, a cidade segue apagada, tanto literal quanto simbolicamente.