Prefeita Adriane e o drama do Metoprolol: onde está a responsabilidade?

A situação dos pacientes em tratamento cardíaco em Campo Grande é um retrato perfeito da negligência administrativa que impera na gestão da prefeita Adriane Lopes. Há quatro meses, o medicamento Metoprolol 50 mg está em falta na rede pública de saúde, deixando centenas de pacientes à mercê da sorte. O caos é tanto que até mesmo idosos em situação de vulnerabilidade financeira estão sendo obrigados a custear o remédio por conta própria, enquanto a Prefeitura parece mais preocupada em justificar o injustificável.

Entre os afetados, um idoso de 88 anos enfrenta o agravamento de insuficiência cardíaca e renal, tornando o acesso ao Metoprolol uma questão de sobrevivência. A filha do paciente, servidora pública, relata que a família tem arcado com os custos de outros medicamentos que também não são fornecidos pela rede pública. O Metoprolol, contudo, é um remédio essencial que, seguidamente, é negligenciado pelo sistema público. Desde outubro de 2024, a promessa de reposição é um ciclo sem fim de desculpas e omissão.

E o que diz a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau)? Sempre a mesma ladainha. Em nota, alega que a falta do medicamento foi causada pelo “descumprimento do fornecedor” e que, após esgotar todas as tentativas de solução, o processo de compra teve que ser reiniciado. É um jogo de empurra que, no fim, penaliza apenas quem depende do SUS para sobreviver.

A desculpa da Prefeitura é tão frágil quanto é cruel. Se o fornecedor não entregou, por que a fiscalização não foi mais rápida? Cadê o planejamento tão propagado pela gestão? Quem depende do SUS não pode esperar meses por uma solução burocrática que deveria ser resolvida de forma ágil. Estamos falando de medicamentos que salvam vidas, e não de simples burocracia administrativa.

O que chama atenção é que a gestão Adriane Lopes insiste em se isentar de qualquer culpa, como se problemas recorrentes como esse fossem eventos de força maior, e não resultados de incompetência ou falta de prioridade. Enquanto isso, os pacientes à beira da morte têm que recorrer a familiares e amigos para conseguir pagar pelos medicamentos que deveriam ser garantidos pelo sistema público.

Há algo de profundamente errado quando a população de baixa renda precisa escolher entre comprar medicamentos ou pagar outras contas essenciais. E a administração municipal, que deveria ser a primeira a intervir, continua em sua bolha de justificativas vazias e promessas nunca cumpridas.

A falta do Metoprolol é só um exemplo de como a saúde em Campo Grande tem sido tratada com desleixo. A gestão deveria priorizar o básico: planejamento eficiente, fiscalização rigorosa e soluções rápidas para emergências. Não estamos pedindo milagres, apenas que a prefeita cumpra seu papel e assegure o mínimo para os campo-grandenses.

E enquanto o drama se arrasta, resta a pergunta: quantos mais precisarão sofrer ou até morrer antes que a Prefeitura decida agir de forma responsável? Porque, até agora, a única coisa eficiente nesta gestão é a produção de desculpas.

A urgência de quem depende desse medicamento contrasta diretamente com a morosidade da administração pública. Que isso sirva de alerta à população: em tempos de negligência administrativa, a saúde é a primeira a pagar o preço.

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