21 de novembro de 2024

Saúde na fronteira Brasil-Paraguai é tema de livro lançado por pesquisadores, com apoio da Fundect

As práticas de cuidado e educação em saúde na região de fronteira são temas do livro ‘Saúde na fronteira Brasil-Paraguai: territorialidades e intersetorialidades nas estratégias de cuidado e educação em saúde’, organizado pela professora e pesquisadora Luciane Pinho de Almeida, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). 

A publicação apresenta os resultados da pesquisa ‘Rede intersetorial de políticas públicas: saúde, saberes e diversidades no município fronteiriço de Porto Murtinho/MS’, que recebeu fomento da Fundect através da Chamada nº 08/2020 – PPSUS.

Nos últimos anos, a fronteira Brasil – Paraguai, em especial a região de Porto Murtinho, vem ganhando protagonismo devido à implantação do Corredor Rodoviário Bioceânico que atravessa Mato Grosso do Sul, ligando os oceanos Atlântico e Pacífico. A ponte binacional em construção, ligando o município a Carmelo Peralta, no Paraguai, já é um marco para a rota e impacta a vida da população dos dois lados da fronteira.

“Este livro vem contribuir com a Epidemiologia na fronteira Brasil – Paraguai ao abordar temas relevantes para a saúde da população ali residente. Além de apontar problemas existentes no setor saúde, educação e assistência social, traz a reflexão sobre as dificuldades que poderão vir – e virão – com a construção da ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta. Provavelmente, essas consequências já estejam acontecendo e foram apontadas por esta pesquisa tão rica nos seus resultados”, ressalta a organizadora no prefácio.

O estudo reuniu pesquisadores de diferentes áreas de conhecimento vinculados a quatro Instituições de Ensino Superior: Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). Luciane de Almeida (terceira da esquerda para a direita) apresenta o livro com parte do grupo de pesquisadores.[/caption]

Luciane Pinho de Almeida destaca que a equipe, formada por 12 pesquisadores, fez um estudo participativo e qualitativo, ouvindo os trabalhadores (as) que atuam no dia-a-dia das políticas de saúde, educação e assistência social, o que o diferencia de pesquisas mais tradicionais.

As principais questões levantadas como saúde pública, saúde mental, saúde da mulher, dos trabalhadores e o diálogo com saberes e comunidades tradicionais foram amplamente discutidas para buscar respostas às demandas sociais.

 “A publicação vem contribuir sensivelmente para uma discussão sobre a fronteira Brasil – Paraguai, procurando discutir suas particularidades com vistas a colaborar com os gestores públicos na construção e efetivação de políticas públicas intersetoriais e de educação em saúde. Porto Murtinho pode assim ser fonte de inspiração para outros municípios fronteiriços, na medida em que a discussão se amplie numa vertente de articulação e efetivação de políticas públicas transfronteiriças “, reforça a pesquisadora.

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