A cerimônia de formatura do Ensino Fundamental no Colégio Adventista Vilas Boas, em Campo Grande, deveria ser um marco de celebração e alegria para os alunos e suas famílias. No entanto, o que deveria ser uma noite especial se transformou em um pesadelo de frustração, tristeza e desrespeito, especialmente para um aluno de 12 anos diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), que, junto com sua família, vivenciou uma série de falhas inaceitáveis e humilhantes durante o evento. Para uma instituição que cobra, em média, R$ 1.400,00 mensais de seus alunos, o mínimo esperado é respeito, dignidade e competência, algo que claramente faltou.
O aluno, já em um momento de grande ansiedade e vulnerabilidade, aguardava com entusiasmo sua cerimônia de formatura. Mas o que ele e sua família enfrentaram foi uma sucessão de erros grotescos. Para começar, a entrega das lembranças da formatura foi um desastre. Cada aluno recebeu um envelope com a foto de todos os colegas, uma lembrança comum para esses momentos. O problema? A foto estava faltando justamente o aluno com TDAH, como se ele fosse invisível naquele momento tão especial. Como se isso não fosse suficiente, o mesmo aluno recebeu sua lembrança incompleta, como se a família estivesse pagando apenas metade da mensalidade. Isso, para uma escola que se diz de qualidade, é inaceitável.
A situação foi agravada pela postura completamente indiferente dos professores e da direção da escola, que parecia mais preocupada com o cronograma da cerimônia do que com as necessidades dos alunos. O despreparo dos docentes ficou evidente durante todo o evento, especialmente em relação ao tratamento com alunos que apresentam necessidades especiais, como o caso do aluno com TDAH. A falta de sensibilidade e de qualificação dos professores é um reflexo claro de uma gestão desorganizada e ausente. É impossível não questionar como essa instituição consegue manter suas portas abertas quando falha tanto em pontos essenciais como o respeito à individualidade dos alunos e o preparo de sua equipe.
Outro fato que chama a atenção é a completa ausência do diretor da escola no dia a dia da instituição. Como é possível confiar em uma instituição que não tem sua liderança presente nos momentos mais importantes? O diretor, com a sua ausência, demonstra que os alunos e as famílias não são prioridade, algo que, infelizmente, reflete a falta de comprometimento com a qualidade do ensino e do atendimento.
O que deveria ser uma noite de celebração e reconhecimento do esforço de cada aluno acabou se tornando uma exibição pública de descaso e incompetência. Além disso, a forma como os professores lidaram com os alunos, em especial aqueles com necessidades específicas, foi no mínimo desqualificada. Ao invés de oferecer apoio e compreensão, o que se viu foram profissionais despreparados, mal treinados, e claramente sem qualquer empatia. A falta de tato em situações como essa deveria ser tratada com urgência, uma vez que são exatamente essas questões que podem deixar marcas duradouras na vida de uma criança. O Colégio Adventista Vilas Boas deveria investir muito mais em treinamento e no desenvolvimento de sua equipe, para garantir que os alunos, especialmente os mais vulneráveis, sejam tratados com o respeito que merecem.
É impossível não destacar também a hipocrisia por trás do discurso da escola. O colégio se promove como uma instituição de excelência, mas o que se viu na prática foi um ambiente desorganizado, onde o único propósito parecia ser cumprir um protocolo sem se importar com as necessidades emocionais dos alunos. Essa fachada de qualidade esconde uma realidade onde o atendimento ao aluno é, no mínimo, negligenciado.
O trauma vivido por esse aluno e sua família não pode ser ignorado. O que deveria ser uma lembrança feliz e um marco na vida dele, agora será carregado como uma ferida emocional, que certamente afetará sua visão sobre a escola, o aprendizado e, até mesmo, sobre sua autoestima. A perda de confiança na instituição e no ambiente escolar é algo que pode ter repercussões profundas na vida de qualquer criança, e isso é algo que o Colégio Adventista Vilas Boas deveria refletir profundamente.
A tristeza e a frustração da família são compreensíveis. Não é apenas o erro isolado de uma foto faltando um aluno ou a entrega de lembranças incompletas. É o reflexo de uma gestão ineficiente, de uma equipe despreparada e de um sistema educacional que falha na hora de valorizar o que realmente importa: o bem-estar e o respeito pelos alunos. No fim, essa cerimônia de formatura, que deveria ser um momento de celebração do esforço e da superação, se tornou uma noite de desrespeito e humilhação.
É lamentável que uma escola que cobra um valor tão alto de mensalidade, como o Colégio Adventista Vilas Boas, não tenha a competência e o cuidado para garantir que seus alunos, especialmente aqueles com necessidades especiais, sejam tratados com a dignidade que merecem. Essa instituição deveria, ao invés de se orgulhar de suas falhas, tomar uma postura de responsabilidade e pedir desculpas publicamente à família que passou por essa situação vexatória. Mais do que uma correção imediata, é necessário um trabalho de longo prazo para resgatar a confiança dos alunos e das famílias.
A única coisa que ficou clara nesta noite de formatura foi a total falta de respeito e a incompetência de uma instituição que deveria zelar pelo futuro de seus alunos. O Colégio Adventista Vilas Boas tem muito o que melhorar, e não é apenas no protocolo de formatura, mas sim no trato diário com aqueles que confiam (ou confiavam) na sua educação.